Um dos marcos desta edição é que ela também traz propostas ao mundo corporativo.

Instalada no P7 Criativo no Hypercentro da capital, a mostra Modernos Eternos capta a capital mineira por meio da arte, design e intervenção urbana até 7 de julho. A A P7, um dos marcos da arquitetura moderna com projeto desenvolvido por Oscar Niemeyer na Praça 7, é a primeira agência de desenvolvimento criativo do Brasil e sedia o sétimo evento que apresenta o melhor da decoração em colunas mix&match peças antigas e contemporâneas com muita arte e equilíbrio.

No total, nove vezes o P7 foi adquirido em 39 ambientes assinados por 44 profissionais consagrados e jovens talentos, e mais de 70 parceiros, entre fornecedores e apoiadores

Na montagem do espaço, o arquiteto Luiz Henrique Ribeiro partiu do conceito da neuroarquitetura de “ambiente enriquecido”, que são aqueles que contemplam escolhas que melhoram o desempenho humano. O modelo surge da premissa de que os profissionais passam a maior parte de suas rotinas dentro das empresas. Por isso, espaços agradáveis, convidativos e confortáveis são indispensáveis, tanto em termos de rendimento quanto de qualidade de vida.

Com isso, se antes o objetivo do design de interiores era impressionar os clientes, agora visa também a convivência dos colaboradores. Ainda na construção de um lugar que valorize as pessoas, engajando-as cada vez mais no trabalho diário. E, diante das mudanças impostas pela pandemia, à medida que os modelos de trabalho híbridos são cada vez mais adotados pelas empresas, as características desse modelo se tornam ainda mais fundamentais quando os funcionários estão no escritório.

O arquiteto diz que o processo de projeto leva em consideração pesquisas do banco de investimento alemão Deutsche Bank, que há anos compara simulações ao que classificam como ambientes enriquecidos ou ambientes enxutos. Isso resultou em mais de 15% de ganhos de produtividade para os funcionários que trabalharam nos primeiros ambientes enriquecidos.

“E mais. A pesquisa mostra ainda que quando os funcionários puderam opinar e ajudar na colocação das obras e plantas esse aumento salta para quase 30%. Isso tem a ver com a qualidade de vida do usuário e prova que gera ganhos não apenas para os colaboradores, mas, principalmente, para a própria empresa”, diz Luiz.

Mas Modernos Eternos vai muito além. Há dezenas de outros profissionais apresentando seus trabalhos. E como já virou tradição, os eventos paralelos continuam este ano com a Rua da Ação homenageando o tradicional copo de lagoa e eventos e ações de cultura, moda, história, entretenimento e claro gastronomia comandados pelo chef Leonardo Paixão, é quinto ano consecutivo.

Com curadoria de Marcos Esteves, a Avenida Modernos Eternos convidou 20 artistas plásticos, arquitetos e designers para criarem obras conceituais utilizando o vidro como matéria-prima e fonte de inspiração. O arquiteto português José Lourenço, fundador do Cria, estúdio de design de produto localizado no terceiro andar do Mercado Novo, desenvolveu a instalação Lustre 190.

Ao ser convidado para o projeto, o arquiteto quis aliar o luxo de um lustre ao simbolismo do vidro para Minas Gerais. “O lustre de cristal na arquitetura é um símbolo de luxo e riqueza. Ao trazer um lustre de vidro Lagoinha, quis reforçar esse conceito. Mas aqui, a riqueza não é o cristal, é todo o simbolismo cultural do copo da Lagoinha tão presente na vida dos mineiros. A ideia é exaltá-lo como o material nobre que é”, explica.

Ainda no âmbito da exposição, a arquiteta Janaína Pacheco criou o ambiente Prosa, inspirado no café especial Prosa, grão arábica de altíssima qualidade produzido no Cerrado Mineiro e que pode ser degustado em primeira mão pelo público da exposição. “Queríamos dar um novo significado a uma sala. A ideia era trazê-lo à vida e torná-lo mais interessante. Um ponto de encontro, para negócios ou simplesmente para uma boa prosa”, diz o arquiteto.

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