Hoje em dia muitos arquitetos levam em consideração para realizar um projeto os sentidos humanos. Alguns ambientes não podem ser reduzidos a mera experiência visual do espaço, mas também projetados pensando na acessibilidade para atender todos os públicos. Felizmente, ao longo das últimas décadas testemunhamos na arquitetura um enorme salto em relação a construção de espaços e edifícios mais acessíveis e acolhedores, principalmente em se tratando de pessoas com algum nível de restrição motora, porém, ainda estamos devendo muito em relação aos usuários com limitações cognitivas ou que passaram por algum tipo de experiência traumática.
Geralmente esse traumas, não são nada simples podendo levar ao paciente um tempo maior nessa condição. Visando essa longa recuperação, que exige muito esforço do indivíduo e também de todos ao seu redor, é muitas vezes aconselhado a passar mais tempo ao ar livre, em contato direto com a natureza e por isso a importância dos arquitetos na parte de projetarem um ambiente fechado onde o paciente se sinta acomodado como se estivesse em um ambiente externo.
O que é exatamente o Design Baseado em Traumas?
“Traduzido do termo em inglês Trauma-Informed Design, o Design Informado por Traumas ou Design Baseado em Traumas, é um conceito relativamente novo e, como tal, ainda não conta com uma definição unânime. Nós procuramos definir TiD como um processo de projeto informado por princípios usados no tratamento de pessoas com traumas. Isso significa que todas as decisões de projeto devem ser observadas sob as lentes da psicologia, da neurociência, da fisiologia e de tantos outros fatores culturais. A intenção de um projeto informado por trauma é criar espaços responsivos, onde todos os usuários sintam-se seguros (fisica e visualmente), acolhidos e conectados com uma comunidade maior. Um projeto TiD deve ter como objetivo atender especificamente à um determinado grupo de pessoas, reconhecendo todas as especificidades de cada caso.”
Harte & Roche
“J. Davis Harte é arquiteta e defensora do design informado sobre trauma, projetos centrados no usuário, meio ambiente e bem-estar das pessoas. Com especialização em arquitetura para a primeira infância, maternidade, juventude, família e ambientes de aprendizagem, Davis é também professora de ensino infantil, com mestrado em Design & Human Environments com foco em espaços interiores voltados ao desenvolvimento de crianças em idade pré-escolar, além de ser diretora do programa Design for Human Health “
Esses ambientes internos projetados para acessibilidade, além de estarem dentro das normas previstas pela lei com todas as alterações, devem ser arejados com luz natural de preferência, e com pequenos detalhes que simulem um ambiente externo como por exemplo as plantas que além decorarem o ambiente esteticamente, fazerem esse papel importante na recuperação do paciente.