Quando vai a um evento, como uma conferência na sua área de atuação, você tem uma clara agenda de networking. Há uma lista de pessoas que gostaria de conhecer. É frustrante, portanto, quando alguém que não o interessa tanto assim o aborda e impede que siga em frente em busca dos contatos que deseja. Porém, em alguns momentos o sujeito inconveniente pode ser você. Já pensou nisso? Talvez seja uma questão de circunstâncias. Você não conhece ninguém no lugar, é novo na empresa ou na indústria e não sabe quem valeria a pena conhecer.

É nesse momento que a maioria das pessoas – mesmo a mais bacana de todas – corre o risco de se tornar pegajosa. Por isso, é importante escolher maneiras mais apropriadas de fazer contatos em um novo ambiente/conferência/reunião, em que não se conhece ninguém. Dorie Clark, professora da Universidade de Duke e autora de Stand Out: how to find your breakthrough idea and build a following around it, fez uma lista com quatro dicas de como agir nesses momentos, publicadas originalmente na Harvard Business Review.

1. Observe a linguagem corporal do seu interlocutor

É essencial observar a linguagem corporal das pessoas para captar as pistas que revelam se elas estão ou não gostando da conversa. Se sim, provavelmente querem continuar nela. Então, você pode seguir em frente. Se não, não agrave o problema insistindo no papo. Possivelmente não é nada pessoal. O outro pode estar apenas precisando usar o banheiro. Certamente você não vai querer ser um obstáculo para ele.

O poder do contato corporal no ambiente de trabalho

Fique alerta aos sinais de que a pessoa quer encurtar a conversa. Quando esse é o caso, é comum ela dar uma olhada no relógio ou na tela do smartphone. Outra dica de que quer encerrar a conversa é começar a dar respostas curtas, como “sim”, “ótimo ponto”, “Ok” em vez de compartilhar suas opiniões e os detalhes das histórias. Repare ainda se o corpo dela está tenso, como se estivesse pronto para ir embora. E, principalmente, se os pés estão apontados para longe de você. Esse é um forte sinal de que o outro quer escapar dali o mais rápido possível.

2. Limite o tempo que você fala

Quando você está falando, a tendência é que a noção de tempo fique distorcida. Do ponto de vista externo, é fácil saber quando alguém divaga porque está nervoso. Mas é difícil identificar quando esse fenômeno acontece conosco. É normal perdermos a noção de quanto tempo passou desde que começamos a falar.

Da mesma forma que há preparações para conceder entrevistas e palestras, você pode pedir ajuda a um amigo para se preparar para as conversas. Cronometre o tempo que ocupa em uma conversa. Aprenda qual a sensação de falar por 30 ou 60 segundos seguidos. No começo do papo, não vá muito além desse período. Se estiver certo de que seu discurso agrada a outra pessoa, então, sinta-se à vontade para mergulhar em monólogos mais longos. Inicialmente, porém, não sobrecarregue seu interlocutor com informações.

3. Dê tempo para o outro falar dele

É mais difícil alguém se entediar quando fala de si mesmo. Então, faça perguntas para entender quem é a pessoa. “Há quanto tempo mora em São Paulo?” é uma questão razoável, mas “por que você se mudou para São Paulo?” provavelmente irá gerar uma resposta muito mais interessante e conduzirá o papo para novas direções. Mantenha suas respostas curtas inicialmente e deixe que o interlocutor ocupe o maior tempo de conversa. Calcule uma média de 70% para o outro e 30% para você. Ou 60%, 40%. Essa atitude deixará a pessoa mais à vontade para se apresentar. Consequentemente, você compreenderá melhor com quem está falando e pelo que ela se interessa. Quando o foco voltar para você – até porque as pessoas mais antenadas vão se dar conta de que falaram a maior parte do tempo – você estará apto a focar a discussão nos temas que mais interessam ao interlocutor agora que já sabe quais são.

4. Mostre-se interessante

Existem algumas perguntas de praxe em um começo de conversa e seria uma grosseria não ter respostas apropriadas para elas. Em determinada conferência, você ouvirá dezenas ou centenas de vezes perguntas como: “No que tem trabalhado atualmente?” e “O que há de novo na sua vida?”.

Você não pode se dar ao luxo de não ter o que falar. Também não deve responder “Nada demais” ou “O mesmo de sempre.” Esse tipo de resposta o faria parecer uma pessoa desinteressante. Desestimula qualquer um a querer fazer mais perguntas. “Eu acabo de voltar de uma viagem à Costa Rica” é um exemplo do que seria interessante dizer – baseado no que tem feito de fato, é claro. Ou “Estou trabalhando em um projeto incrível para mudar completamente o modo como os profissionais ao redor do mundo se comunicam uns com os outros”. A maioria das pessoas ficaria curiosa o bastante para querer saber mais.

Quando você não conhece ninguém em um ambiente, é mais fácil cair em padrões de contato ruins. A ansiedade pode tornar nebuloso seu senso crítico e transformá-lo em uma pessoa óbvia aos olhos dos outros. Seguindo essas quatro estratégias acima, você conduz suas conversas de maneira agradável e positiva tanto para si mesmo quanto para o seu interlocutor.

Bom trabalho e até a próxima!

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