Dá para ver da janela o antigo edifício ocupado em São Paulo pela EY (consultoria Ernst Young) por mais de 25 anos. Há menos de um mês toda equipe seguiu para um prédio do outro lado da avenida Chedid Jafet. A distância é pequena, mas a transformação de hábitos em curso é enorme. Funcionários precisaram abrir espaço em casa para guardar livros, plantas, badulaques e objetos pessoais que estavam no antigo escritório.
Um dos conceitos colocados em prática foi o do “clean desk”: nada pessoal pode ficar na mesa, na sala, na estação de trabalho. Teve diretor que foi para casa com 30 caixas de pertences.
A ideia de deixar mesas limpinhas atende a um outro conceito. Na nova EY, no edifício São Paulo Corporate Tower, na Vila Olímpia, não há mesas ou estações fixas. Os 2930 funcionários precisam reservam o lugar onde querem trabalhar em terminais espalhados pelos cinco andares da empresa. O agendamento pode ser por algumas horas ou até sete dias. Eles também podem se reunir nas áreas comuns em sofás, mesas ou no balcão da cafeteria tudo decorado nas cores cinza e amarelo. As novas práticas, implementadas pelo escritório Athie Wohnrath, buscam agradar um público específico: os jovens profissionais.
Segundo a pesquisa mundial “Workplace of the Future” feita pela EY, 50% dos funcionários da companhia fazem parte da geração Y. Esse número deve crescer para 85% em 2020. “Os jovens são mais dinâmicos e querem flexibilidade. O escritório é mais racional, o que também impacta economicamente.Usamos 20% menos espaço do que no antigo escritório”, explica Luiz Sérgio Vieira, vice presidente da EY.
Diretores e sócios podem ficar em salas fechadas. Só que elas não estão posicionadas na melhor paisagem, ou seja, coladas nas janelonas. Ficam no centro do espaço, enquanto que as estações de trabalho se beneficiam da luz natural. São o símbolo da discrição: mesa, carrinho de apoio, cadeira, tela para plugar o computador, dois puxadores na parede cinza. Até o telefone, em breve, sai de cima da mesa. Toda a comunicação será feita via computador. Até o final do ano 66 escritórios da EY terão adotado o novo conceito. Algumas diretrizes podem ser adaptadas localmente. No Brasil, funcionários pediram uma copa e um espaço exclusivo para amamentação. Foram atendidos.
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