Especialistas indicam que os espaços corporativos contemporâneos devem seguir o modelo openspace coerente com a hierarquia horizontalizada que impera nas organizações. Mas advertem: é preciso analisar as reais necessidades do cliente, sem aderir a modismos, e saber especificar entre uma gama de produtos e sistemas como divisórias, pisos elevados, forros, arquivos deslizantes e mobiliário

O ambiente corporativo deve ser versátil para atender às constantes mudanças empresariais. Não só isso. Deve também garantir o conforto e o bem-estar dos funcionários, com mobiliário ergonômico e espaços bem iluminados, com bom desempenho acústico, para exercer bem as suas funções. Outro papel do projeto de interiores corporativos é atender às necessidades específicas de cada cliente com um projeto que reflita as filosofias e os modelos organizacionais de uma empresa.

“Existem tecnologias, recursos, layouts e conceitos capazes de proporcionar uma ocupação mais agradável, flexível, ergonômica e até descontraída”, explica Heloisa Dabus, da Dabus Arquitetura. Para a arquiteta, é grande a procura por espaços que promovam a integração, pois os modelos de organização do espaço corporativo seguem a tendência dos chamados openspaces, que proporcionam liberdade e compartilhamento a partir de elementos como mobiliários que favorecem um layout panorâmico e aberto, por exemplo. A arquiteta acrescenta que áreas de convivência, salas de reunião informal, de brainstorm e de descompressão são itens cada vez mais presentes nos programas das empresas.

O conceito de openspace, no entanto, não se adapta a todas as empresas e situações. Principalmente àquelas que pedem mais isolamento e privacidade. Arquiteto do escritório PA3 Arquitetura, Maurício Patrinicola cita como exemplo os escritórios de advocacia que, pela necessidade de concentração dos funcionários, demandam o planejamento de salas individuais ou em dupla. Mesmo em espaços abertos, biombos e divisórias podem ser usados como recursos para demarcar hierarquias e aumentar o nível de isolamento. Ou seja, um bom projeto parte da análise correta das funções e do perfil da empresa. “Isso deve ser premissa do projeto”, afirma Maurício.

Heloisa concorda e reforça que, além de práticas, as soluções para o espaço de trabalho devem atender às necessidades com coerência aos conceitos da empresa e à identidade da marca. A arquiteta também alerta para a importância do profissional saber diferenciar tendência de modismo. “O essencial, que é apontado pelas tendências, está profundamente ligado à questão da funcionalidade e da aplicabilidade”, diz.

A possibilidade de acesso remoto influencia ainda no tamanho dos ambientes, que já não precisam abrigar grande número de pessoas. Fernando Ferreira de França, da F3 Construções, acredita que a automação passará a ser cada vez mais incorporada nos escritórios, assim como tecnologias e salas especiais para telepresença e videoconferência, que exigem recursos para isolamento acústico e de reprodução audiovisual.

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