Arquitetos se unem a neurocientistas para medir o impacto do design na produtividade e criatividade dos funcionários

Espaços abertos, cores vivas, móveis descolados, baias não definidas. Cada metro quadrado pensado para gerar inovação, interação, criatividade – e economia. A fórmula dos chamativos escritórios da nova economia foi e é motivada também por custos: abrigando mais gente em menos estruturas físicas, o estilo “open space” economiza até 50% por funcionário.

Mas estudos recentes questionam a eficácia desse modelo. Por gerar mais distrações e ruídos, funcionários relatam maior estresse, menor produtividade e até falta de foco. “Muitas empresas pensam que retirar baias e colocar escorregador resolve o problema de interação e produtividade”, diz a arquiteta Priscilla Bencke. “Mas se não faz sentido para a cultura e atividade da companhia, os próprios funcionários ridicularizam a ação.”

 

 

Os neuroarquitetos defendem que estudar tais influências é uma questão de saúde. “Médicos e psicólogos do trabalho dizem que o estresse vai ser a doença mais frequente no meio corporativo em 2030”, alerta Priscilla.

Por isso, escritórios com iluminação natural e janelas para todos podem ser mais eficazes em aumentar a produtividade do que um “open space” por si só. “O contato com elementos externos é fundamental para o bom funcionamento do relógio biológico e estimula positivamente o cérebro”, diz Mariah Klüsener Pinheiro, pesquisadora da PUC-RS.

Em resumo, soluções no ambiente corporativo, antes de impressionar pelo visual, devem ser pensadas a partir de três fatores mais importantes: cultura da empresa, atividade fim e perfil dos funcionários.

 

POR BARBARA BIGARELLI

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