Todos sabem da importância da visão em nossas vidas. O olho humano é o receptor mais importante de informações. Grande parte da nossa percepção de mundo é baseada naquilo que enxergamos. E muitos dos trabalhos realizados pelos seres humanos necessitam do poder da visão.

Porém observa-se que em muitos locais de trabalho, nem todos percebem o quanto esse sentido é essencial e insubstituível. Podemos então acreditar que grande parte da fadiga relacionada ao trabalho possa estar ligada à sobrecarga que os olhos sofrem.

De acordo com os riscos ambientais (físico, químico, biológico, ergonômico e de acidentes) a iluminação é considerada um risco físico. A Norma Regulamentadora que descreve a respeito das condições ambientais de trabalho (NR-17) diz que deve haver uniformidade, ausência de efeitos indesejáveis de ofuscamento ou contraste e a conformidade com os níveis mínimos de iluminância nos planos de trabalho estipulados pela NBR 5413.

Segundo a NBR 5413 “iluminância” consiste na quantidade de luz incidente numa superfície.

É fato que o ser humano foi projetado para trabalhar de acordo com a luz natural e por isso, sempre que possível os postos de trabalho devem ser projetados para o máximo de aproveitamento da mesma.

Uma iluminação deficiente ou inadequada no local de trabalho pode prejudicar a saúde física ou psicológica de um trabalhador, afetar seu rendimento e acabar provocando um acidente de trabalho.

Mas antes vamos entender um pouco mais do olho humano. Ele é capaz de se adaptar a iluminação ambiente de duas formas:

 Pela modificação das pupilas, que se abrem quando a iluminação é baixa ou se fecham quando é muito elevada proporcionando um mecanismo de proteção contra mudanças bruscas na luminosidade;

– Pela sensibilidade dos órgãos de recepção da retina, que percebem a intensidade da luz.

Também há outro fator importante da visão humana que é a capacidade de acomodação, que consiste na habilidade de focar objetos.

Visto isso podemos agora analisar quais são os possíveis riscos que uma pessoa está sujeita ao trabalhar em um local com iluminação inadequada.

O risco mais provável ao qual uma pessoa está sujeita é o de potencializar sua exposição a outros riscos. Por exemplo, em uma sala com máquinas em movimento, mesmo que haja toda a sinalização adequada ou proteções, se não houver uma iluminação apropriada o trabalhador corre o risco de ser vítima de um acidente por não conseguir enxergar nem a sinalização nem as máquinas em movimento.

Esse é um dos motivos da iluminação ter um papel de fundamental importância, pois aquilo que não se consegue ver se desconhece ou esquece.

Há ainda outro risco que o trabalhador corre, relacionado ao efeito estroboscópico. Esse fenômeno ocorre quando a frequência da luminosidade de um ambiente iguala a frequência de uma máquina rotativa no mesmo local. Assim a visão humana não consegue detectar se a máquina está ou não em movimento, dando a falsa sensação de que se encontra parada. Essa sensação pode ser comparada a luz estroboscópica encontrada em boates. Quando está ligada, nós não somos capazes de identificar se as outras pessoas estão paradas ou dançando!

Dessa forma, a saúde do trabalhador pode ser influenciada pelos seguintes fatores:

– Níveis de iluminação inadequados no local de trabalho (muito altos ou muito baixos);

– Distribuição da intensidade luminosa: Devem-se seguir os padrões da NBR 5413. Devem ser evitadas no campo visual janelas claras, mesas com superfícies refletoras, máquinas e equipamentos com elementos brilhantes, etc.

– Limitação do ofuscamento/direção da luz e da sombra: Sempre que possível a direção principal da incidência de luz deve vir da parte superior à esquerda e havendo possibilidade, nenhuma luminária num ângulo menos a 30° em relação ao plano de visão horizontal. Deve-se então evitar olhar diretamente para a fonte de luz. No caso de ofuscamentos por fontes luminosas, estas devem ser instaladas paralelamente ao campo de visão.

– Cor da luz inadequada com o trabalho que está sendo realizado (dificultando a visão);

– Funcionamento deficiente da iluminação (lâmpadas sem um fluxo luminoso constante, refletor ou difusores sujos, janelas sujas, etc.).

Todos os fatores apresentados anteriormente podem causar um problema no trabalhador conhecido por fadiga visual. É causada pela fadiga (cansaço) dos músculos da visão e pode ser potencializada por solicitações repetitivas e monótonas. Os sintomas são olhos vermelhos, lacrimejo, contraturas, dor e ardor dos olhos.

E como fazer para que o trabalhador não seja acometido pelos problemas da iluminação inadequada?

Algumas dicas já foram ditas anteriormente, e outras merecem destaque, como:

– Ao trabalhar com computadores, a posição da janela é importante e deve ser considerado também o fato da pessoa ser destra ou canhota, para saber de a iluminação não fará sombra sobra o trabalho;

– As lâmpadas devem ser colocadas preferencialmente no teto, com as distâncias entre elas sendo iguais;

– No caso do efeito estroboscópico, as lâmpadas fluorescentes devem ser substituídas por incandescentes;

– Deve-se verificar regularmente o estado de funcionamento das fontes de iluminação artificial;

– Substituir prontamente as lâmpadas que se encontram em mau estado.

Um projeto de iluminação adequado é aquele que atende com qualidade as necessidades do homem com relação à informação visual, sejam elas relacionadas à execução de atividades ou necessidades biológicas (sobrevivência e segurança).

Ao se estabelecer um bom ambiente visual, a forma como algo é iluminado, geralmente é mais importante do que a quantidade de luz que ele recebe.

Assim, no projeto de dimensionamento da iluminação, englobam-se o melhor aproveitamento da iluminação natural somado ao uso de sistemas de iluminação artificial para o desenvolvimento de tarefas em locais fechados, ou sem acesso ao exterior. Assim conserva-se energia e diminui o aporte de calor originado pelas luminárias e lâmpadas.

Com o ambiente adequadamente iluminado são propiciadas melhores condições de trabalho, favorecendo o desempenho ótimo do organismo humano e predispondo o trabalhador a melhorar sua eficiência e produtividade.

Fonte:www.ddsonline.com.br

 

 

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